A região de Waitomo tem 400 cavernas catalogadas e algumas empresas que exploram o turismo na região. Lá é possível fazer desde uma caminhada de 45 minutos para ver as glow worms até trilhas de vários dias.
Eu escolhi um passeio de 4h fazendo rapel e escalada pelas cavernas, mas na hora só tinha eu e me deram um “upgrade” para um passeio de 5h que incluia atividades na água, o Black Abyss.
Foi bem legal, embora longo demais (passei bastante frio). Teve rapel, tirolesa, escalada em cachoeira (uma das coisas mais legais que já fiz na vida), coisas que o passeio mais curto – e menos frio – não teria. Tem que ser valente para ir: é bom, mas nada fácil!
Minha sorte é que o grupo era pequeno, 3 turistas para 2 guias, e assim não tínhamos que esperar muito uns pelos outros.
O primeiro rapel foi assustador, eu era a primeira e passei por um buraquinho que achei que não conseguiria passar. Mas deu tudo certo. Logo veio a tirolesa, no mais absoluto escuro. Delícia!!!
Aí começou a função da água. Nos deram um chocolate quente com biscoito integral. As duas horas seguintes foram caminhando, nadando e mergulhando em rios gelados pelo meio da caverna.
Subimos o rio por uns 800 metros para ver estalactites e estalagmites. Descemos boiando, no mais absoluto escuro, para ver as glow worms brilhando no teto. Fantástico!
Paramos, tivemos uma aulinha sobre o que elas são e o guia nos pediu para apagar as luzes. Ele então fez um barulhão e, de repente, o teto da caverna virou um céu estrelado.
É que as larvas acham que o barulho significa “presas por perto” e aí elas brilham mais ainda, na disputa pela caça!
Segunda parte da viagem molhada: pra baixo do ponto inicial. Dizem que são 5km dentro daquela caverna e que nosso roteiro faz mais ou menos a metade disso. Estávamos na metade da metade.
Os guias então avisam: preparem-se para o andar do bêbado! E entramos em um corredor com uns 50 cm de largura entre uma parede e outra, muitas pedras no chão e água, variando de uns 30cm a uns 80cm de altura.
O destino da caminhada de algumas centenas de metros era uma cachoeirinha, de uns 2 metros de altura, em que a gente podia pular e voltar por baixo da cortina d’água – com algum esforço e segurando na mão do guia.
Essa foi a primeira vez em que pensei “essa gente da Nova Zelândia é louca”. Não seria a última.
A essas alturas nos deram uma outra bebida quente e uns pedaços de chocolate. Eu realmente precisava: apesar de realmente feliz com a diversão, estava passando bastante frio.
E o melhor do passeio ainda estava por vir: escalar cachoeiras!
Como o barulho da água era muito alto, a comunicação com o guia era na base do tapinha no ombro pra eu olhar pra ele e tapinha na pedra para eu saber onde pisar. Fui a primeira, como sempre, e parecia que era impossível.
Mas eu consegui! Quando vi já estava lá, me arrastando túnel acima pra não cair cachoeira abaixo. Um outro turista vinha subindo. Vinha. Desistiu no meio do caminho. Muito orgulho de ser a única aventureira capaz da proeza!
Cheguei no hotel bem na hora de jantar. Era só atravessar a rua (estrada) e estávamos no Huhu, um restaurante com um cardápio e ambiente de excelente qualidade.
Completamente inesperado, considerando que estávamos em uma vila de apenas 50 habitantes. Mais uma das boas surpresas que tivemos na Nova Zelândia.
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