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Quando a gente fala em Viena, normalmente as pessoas dizem que é uma cidade grandiosa, e que tudo lá é lindo. É verdade, até as sinaleiras são fofas!
Tem tanta coisa legal pra ver, que é preciso dar uma organizada no roteiro para cobrir as três principais áreas da cidade: o Palácio Hofburg, o centro histórico e os arredores do centro (que incluem o Palácio Schönbrunn).
Hofburg
É o Palácio Imperial. Ele ocupa uma área enorme (toda a área colorida da imagem abaixo) do centro histórico de Viena , mas ele é muito mais do que um simples palácio.
Na gravura acima, que mostra o complexo Hofburg, estão:
- muitas áreas verdes, incluindo o Volksgarten (à esquerda) e o Burggarten (à direita), dois dos parques mais bonitos de Viena;
Foto: Caroline Godoy
- muitos museus (a parte rosa claro da imagem). Entre eles estão o Museu da História da Arte e o Museu de História Natural (prédios gêmeos, um em frente ao outro, separados pela praça Marien-Theresien) e a Quadra dos Museus, que é um complexo que inclui o Mumok (Museu de Arte Moderna), o Leopold Museum e o Museu para Crianças.
- o palácio em si (a grande área vermelha), que hoje está basicamente dividido em:
- Biblioteca Nacional (a imagem de “cartão postal” do palácio);
- “Áreas Imperiais”, onde ficam o Museu Sissi, o Tesouro Imperial, os apartamentos e as capelas da corte;
- Escola Espanhola de Equitação;
- Cinemateca e Centro de Congressos;
- Mais museus: o de Etnologia, o de Borboletas e o Albertina, que é o principal museu de Viena;
- Biblioteca Nacional (a imagem de “cartão postal” do palácio);
- e os anexos do palácio, que hoje abrigam o museu do Teatro Austríaco e o Palácio Esperanto.
É muito pra visitar e, se quiser, dá pra passar alguns dias por lá. Como a gente ia ficar pouco tempo, circulamos por tudo, mas entramos apenas na Escola Espanhola de Equitação e na Quadra dos Museus.
Para o tempo que tínhamos, considero que foi super apropriado. Tendo mais tempo, eu teria entrado também no Museu Albertina e no Museu Sissi.
Um último comentário sobre o complexo Hofburg: cada um desses lugares dentro do Complexo é considerado uma atração e os ingressos para cada uma são caros. Pagamos 15 euros por pessoa para entrar na Escola de Equitação e o ingresso para o Museu Sissi (apenas 6 salas dentro do Palácio) custa 10 euros.
O centro histórico de Viena
O complexo do palácio é cortado por uma avenida, o Burgring (dá para identificá-lo na imagem acima entre a parte rosa claro e a vermelha).
O Burgring é parte de uma avenida maior, conhecida como o Ring (anel), que é um semi-círculo que praticamente contorna a cidade antiga.
A avenida vai mudando de nome: abaixo do Burgring a rua se chama Operring (onde fica a Ópera de Viena) e acima se chama Doctor-Karl-Renner-Ring (onde fica o Parlamento) e Universitätsring (de onde se enxerga a Rathaus, a prefeitura de Viena).
Esses prédios são todos lindos, então vale dar uma caminhada pela avenida – mesmo à noite, pois eles ficam todos iluminados.
Foto: Caroline Godoy
Para quem quiser fazer um passeio mais longo pelo Ring, uma boa opção é o Tram (bonde), que vai do Kärtner Ring (como a rua se chama abaixo da Operring) até Schwedenplatz (bem além do trecho chamado Universitätsring).
No Ring, nós fizemos uma visita guiada na Ópera – que é bem bonita, mas que não se compara com a Ópera de Paris ou com o Teatro Colon em Buenos Aires. De qualquer maneira, é um bom passeio se estiver chovendo. 🙂
Atrás da Ópera fica o Sacher Café, onde foi criada, em 1832, a Sacher Torte, uma das tradições da cidade. O sucesso do lugar é tanto, e as filas tão grandes, que eles abriram um anexo na esquina. Como a fila ali estava menor, ficamos no anexo, que também é bem agradável.
A torta é divina: de chocolate, com um azedinho que não conseguimos identificar. Mas ainda assim é bem doce, então dá pra dividir, tranquilamente.
Falando em torta, Viena é conhecida pela “Cultura dos Cafés”. Esse site (em alemão) indica alguns que são bem tradicionais na cidade e onde se pode comer outro doce clássico, o Kaiserschmarrn.
Ainda sobre comida, outro prato típico austríaco é o Käsekrainer, que pode ser encontrado no Naschmarkt, o mercado gastronômico da cidade, que abre de segunda à sábado.
Perto da Ópera, mas para o outro lado do Ring, fica o Wien Museum, com exposições sobre a cultura e história vienense, desde o início do povoamento da cidade nas margens do Danúbio até os dias atuais.
Para o outro lado, quando se sai de Hofburg pela Michaelerplatz (parte superior da imagem), está o coração da Innerstadt (cidade “interna”, a cidade antiga).
De lá é fácil chegar no Figlmüller, restaurante que se apresenta como tendo o melhor Schnitzel (filé de porco à milanesa) da região. É necessário reservar antes, acabamos não conseguindo ir. Mas encontramos uma excelente alternativa: comemos Schnitzel (tem que!) num restaurante no Palácio Schönbrunn.
Arredores do centro: Schönbrunn
Fora do centro histórico, encontrei quatro passeios interessantes. O primeiro, clássico, é o Schönbrunn Palace, a residência de verão do imperador.
Foto: Caroline Godoy
No passado era um lugar afastado, mas hoje já está dentro da cidade, sendo facilmente acessado por metrô. Engraçado pensar que a familia imperial precisava viajar pra chegar lá.
Assim como o Palácio Hofburg, o Schönbrunn inclui vários prédios, jardins e museus. No fim dos jardins, numa colina, há um palácio menor, a Gloriette, com uma vista bonita para o palácio e os jardins.
Em geral, as pessoas passam algumas horas nesse passeio, mas a visita a Schönbrunn pode variar entre uma hora (apenas uma caminhada pelo jardim) ou um dia inteiro (visitando todas as áreas possíveis).
Minha dica, em qualquer dos casos, é almoçar no Schönnbrunner Stöckln, numa lateral do palácio.

Nós sentamos naquela primeira mesa encostada na parede, embaixo das fotos do imperador Francisco José e da Sissi, e eu me senti como se estivesse almoçando no século XIX.
Querendo, é possível também assistir a um concerto em Schönbrunn. Mais informações aqui.
Arredores do centro: outras opções
Ainda no contexto imperial, vale a pena visitar o Palácio de Belvedere, pois, além de uma vista bonita, lá tem um museu com várias obras do Klimt, entre elas, O Beijo.

Eu queria muito caminhar às margens do Danúbio, e acabei descobrindo esse lugar chamado Donauinsel, uma ilha artificial, conhecida também como “ilha espaguete”, por ter 21 km de comprimento e apenas 200 metros de extensão. Foi uma frustração, pois estava chovendo, ventando e, o lugar, deserto. Então descobrimos que só vale a pena ir lá de maio a setembro, pois tudo – praças, bares, cafés – fecha durante os outros meses.
Ainda nessa região fica a UNO City, que concentra os prédios das Nações Unidas, e é tida como a parte moderna da cidade.
Assim como Londres, Viena também tem sua roda-gigante. Na de Viena, dá pra tomar café da manhã, champagne, e até mesmo fazer jantares românticos ou encontros de amigos. Para saber mais sobre a Wiener Riesenrad, clique aqui.
A Áustria tem muito orgulho de seus vinhos, e em muitos lugares, é possível encontrar tavernas (Viennese Heurige). Próximo de Viena, e bem acessível por metrô e ônibus, fica a cidadela de Grinzing, que é onde teríamos ido se o clima não estivesse tão ruim – achamos que não valia a pena fazer esse passeio com chuva. Ouvimos falar que uma guirlanda de folhas na frente de algumas casas é o que indica que ali há uma taverna. E que a comida e a bebida são ótimas, em qualquer uma delas.
Além desses passeios, há ainda uma última atração em Viena, que para mim é a melhor, por ser tão típica desse lugar: os bailes. A temporada de bailes vai de novembro a fevereiro. Um dos mais tradicionais é o Baile da Cidade, que acontece na Ópera, uma vez por ano, em fevereiro. Aqui tem um vídeo do baile. É longo, sugiro comecar no minuto 4. Outro famoso é o Baile de Ano Novo, no Hofburg. Um dia ainda vou em um desses!!!
Para finalizar, três comentários sobre transporte
1) é super fácil se movimentar de metrô pela cidade, são poucas linhas e o metrô é limpo e organizado. O ticket válido para 24 horas custa 7,60 euros.
2) o Google Maps é praticamente inútil para orientações sobre o transporte público na Áustria. Baixe o app ÖBB Scotty no celular – é o aplicativo oficial do transporte público de lá.
3) pra quem chega de avião: o aeroporto é longe. Indo de táxi são cerca de 30 minutos e custa cerca de 40 euros. O meio mais barato, e que leva praticamente o mesmo tempo, é combinar o trem S7, que vai do aeroporto até a cidade, com alguma linha de metrô. Essa combinação vai aparecer no aplicativo entre outras opções que, ao invés do S7, sugerem outros trens/ônibus – combinações também possíveis, mas mais caras.