O período entre 1560 e 1715 é considerado, na história da Europa, como o das “Guerras de Religião”. Ele é marcado pela existência de múltiplos conflitos, envolvendo uma variedade enorme de países, reinos e dinastias. A Guerra dos Trinta Anos foi o mais importante desses conflitos.

Ele começou na Boêmia, região na qual, até aquele momento, católicos e protestantes (tanto luteranos quanto calvinistas) viviam em relativa paz.

O Sacro Império Romano Germânico, porém, estava dividido. Em 1617, Ferdinado II, apoiado pela Liga Católica, assume o trono, em Praga.

Temerosos de que ele impusesse o catolicismo, os protestantes, em 1618, jogam dois regentes católicos e seu assistente da janela da Câmara do Conselho (Segunda Defenestração).

Em 1619, os protestantes da Boêmia depoem Ferndinando II e oferecem a coroa para Frederico V, representante da União Protestante.

Começa a guerra na Boêmia. Ela dura dois anos e termina com a vitória dos católicos.

Mas, nos anos seguintes, liderados por Christian IV da Dinamarca, uma aliança protestante tenta reestabelecer o poder de Frederico V.

Os interesses de Christian IV (Dinamarca) eram territoriais – ele queria as terras germânicas. Mas, para atrair aliados, ele usou a ideia de “causa protestante”.

Dessa aliança participaram a França, a Inglaterra, o reino de Savóia e a Suécia, além da própria Dinamarca.

Já o principal interesse da França era derrotar os Habsburgos, católicos, que tinham se aproveitado da fragilidade dos estados alemães protestantes para incorporá-los.

A Guerra dos Trinta Anos, iniciada por questões religiosas, passa, assim, a ter um caráter especialmente territorial e dinástico.

A Espanha seria derrotada em 1643, na Holanda. As negociações de paz estendem-se de 1644 a 1648 e seu resultado é a Paz de Vestfália.

A principal consequência desse acordo foi a fragmentação do Sacro Império Romano Germânico, pois ele deu soberania aos mais de 300 reinos que o compunham.

Outras consequências foram o atraso na formação do estado alemão (que só viria a ocorrer em 1871), a transformação da Suiça e da Holanda em estados independentes e a perda de poder da Espanha em relação à França.

Quanto às religiões, foram aceitas e reconhecidas as três: catolicismo, luteranismo e calvinismo.  Mas isso só depois da Europa perder cerca de 25% de sua população.

Fontes principais: The history Guide e Britannica

Imagem: Western Civilization, Jackson J. Spielvogel