Todo mundo já ouviu falar nessa cidade: ela foi sede das Olímpiadas em 1992 e é a casa de um dos times de futebol mais famosos do mundo.

Quem acompanha as notícias, também sabe que Barcelona é a capital da Catalunha, região da Espanha que, vira-e-mexe, fala em tornar-se um país independente.

Existe um motivo para isso: a região tem um idioma próprio, o catalão, e, por muitos séculos, manteve total autonomia política e econômica em relação ao governo de Madri.

Por outro lado, a Espanha que conhecemos hoje só existe por causa da união da Catalunha com o Reino de Castela, onde fica Madri, ainda no século XV.

Forme a sua própria opinião entendendo a história da Catalunha.

As primeiras cidades

Até a chegada dos muçulmanos à Península Ibérica (ano 711), a história da Catalunha era praticamente a mesma do resto da região.

Antes dos gregos chegarem (séc. VI AC), a região era ocupada pelos íberos.

Os gregos fundaram várias colônias, entre elas Ampúrias, que ainda pode ser visitada. As ruínas da cidade são hoje parte de um Museu Arqueológico.

Quando a península foi ocupada pelos romanos (séc. III AC), novas colônias foram estabelecidas.

A principal cidade do Império Romano na Catalunha era Tarraco (hoje Tarragona).

As muralhas e porto da cidade, que já existiam, foram melhorados e ampliados. Os romanos também construíram templos e palácios, um fórum (mercado central) e um anfiteatro.

Muito dessas construções ainda pode ser visto numa visita à cidade.

Barcelona é desse tempo. Embora a área onde fica o centro da cidade já fosse habitada antes, foram os romanos que chamaram a região de Barcino.

Lá, no centro antigo, onde hoje fica a Plaça de Sant Jaume, eles estabeleceram um campo militar.

Com a dissolução do Império Romano, a Península Ibérica foi controlada pelos visigodos. Barcino foi a capital de seu reino em dois períodos distintos: anos 507-510 e 533-541.

Foi com a chegada dos muçulmanos na península que a história da Catalunha começou a diferenciar-se da história do resto da Espanha.

A fronteira entre cristãos e muçulmanos

Quando os muçulmanos chegaram à Europa, conquistaram toda a Península Ibérica em poucos anos.

Eles eram tão ousados que cruzaram os Pirineus, cadeia de montanhas entre a Espanha e a França, e avançaram 500 quilômetros em direção a Paris.

A França, naquele tempo, era parte do Império Carolíngio, governado por Carlos Magno, primeiro imperador do Sacro Império Romano Germânico.

Ele conseguiu conter e expulsar os muçulmanos, que tiveram que voltar para o sul, abaixo da linha dos Pirineus.

Mais do que isso, o imperador conseguiu estabelecer uma linha de defesa ao sul das montanhas, formada por vários pequenos territórios cristãos, cada um governado por um conde.

Esse grupo de condados, dos quais um era o Condado de Barcelona, ficou conhecido como “a marca hispânica”.

Estava assim estabelecida a fronteira entre a região onde hoje fica a França e a Europa muçulmana.

Fonte: Blog Un Professor

Expansão dos Condado de Barcelona e Jaca (Aragão)

Com o passar do tempo, os condados da Marca Hispânica passaram a ter mais e mais autonomia em relação ao Império Carolíngio e consolidaram-se em três grupos.

Os condados próximos ao Mar Mediterrâneo foram sendo absorvidos pelo Condado de Barcelona. Esse conjunto passou a ser chamado de “Condados Catalãos”.

Já os do centro seriam absorvidos pelo Condado de Jaca, formando o Reino de Aragão.

Os do oeste formariam o Reino de Navarra.

A Coroa de Aragão  (Reino de Aragão + Condados Catalãos)

O Reino de Aragão enfrentou sérios problemas econômicos e políticos no século XII. Nesse contexto, foi feita uma aliança com os Condados Catalãos.

O Conde de Barcelona, Ramón Berenguer IV, casou-se com a princesa de Aragão, Petronila, que tinha apenas um ano de idade.

Seu pai, o rei de Aragão, retirou-se para um mosteiro, deixando Petronila como rainha e Berenguer como seu representante.

A união do Reino de Aragão com os Condados Catalãos passou a ser chamada de Coroa de Aragão. 

O nome engana: quem mandava, de fato, eram os Condes de Barcelona.

Na prática, o Reino de Aragão e os Condados Catalãos mantiveram boa autonomia: cada um deles tinha seu próprio idioma, tradições culturais e instituições políticas.

Uma diferença importante é que Aragão não tinha mar. Sua economia era baseada na agricultura, e a política era controlada por uma aristocracia agrária.

Barcelona, ao contrário, logo se tornaria uma potência marítima no Mediterrâneo.

Ainda no tempo de Berenguer, a Coroa de Aragão começou a expandir seus territórios para o sul, ao conquistar mais áreas muçulmanas.

Essas terras viriam a formar o Reino de Valência, também sob a Coroa de Aragão.

O poder marítimo de Barcelona possibilitou que, nos séculos seguintes, a Coroa de Aragão conquistasse também as Ilhas Baleares, a Sardenha, a Sicília e o Reino de Nápoles.

No século XIII, o mapa da península encontrava-se assim:

Fonte: Blog de Sociales

União com a Coroa de Castela

Apesar da expansão da Coroa de Aragão, a nobreza aragonesa não aceitava a predominância dos catalãos na aliança.

Eles viram uma oportunidade de neutralizar o poder de Barcelona no ano 1410, quando o último herdeiro da Coroa de Aragão morreu sem filhos.

Na disputa pela sucessão, os aragoneses apoiaram Fernando de Antequera, príncipe de Castela.

A Coroa de Castela, assim como a Coroa de Aragão, também era a união de vários reinos governados por uma única pessoa.

A nobreza aragonesa esperava que a influência de Castela diminuísse o poder da Catalunha na Coroa de Aragão.

Fernando foi escolhido para ser o novo rei. Mas, pouco depois de assumir o trono, aceitou as exigências dos catalãos, que pediam limites à influência de Castela na Coroa de Aragão.

Barcelona conseguiu, assim, garantir que suas leis, idiomas e costumes fossem mantidos.

A situação não mudaria nem quando Isabel, herdeira de Castela, casou-se com um outro Fernando, o herdeiro da Coroa de Aragão, em 1469.

O Império Espanhol

Foi sob o governo do casal Isabel e Fernando (que entraram na história como “os reis católicos”) que a Espanha descobriu a América, em 1492.

Por Espanha, entenda-se Coroa de Castela. A Coroa de Aragão, que tinha conseguido manter sua autonomia, continuava focada no Mediterrâneo.

Com o passar do tempo, esse foco no Mar Mediterrâneo passou a ser um problema: a descoberta da América havia aberto rotas comerciais alternativas no Atlântico, o que começou a atrapalhar os negócios de Aragão.

Além disso, sua própria força no Mediterrâneo estava ameaçada pelo crescimento do poder marítimo dos turcos.

Enquanto isso, o poder de Castela aumentava. Fernando havia casado sua filha, Joana, com o herdeiro da dinastia Habsburgo, uma das casas reais mais influentes da Europa.

A consequência desse casamento é que seu neto, Carlos, que se tornaria rei da Espanha em 1516, era também herdeiro do poder dos Habsburgos, que incluía vastos territórios na Áustria, Boêmia (hoje República Tcheca), Hungria e Polônia.

Além disso, ele receberia ainda o título hereditário de Imperador do Sacro Império Romano Germânico. Aquele mesmo do Carlos Magno, mas que a essas alturas já tinha um significado bem diferente.

Sete séculos depois de sua formação, o Sacro Império Romano Germânico já era apenas uma união de reinos independentes nos territórios onde ficam hoje Alemanha e Itália. Mas o título de imperador ainda dava prestígio.

Tanto poder concentrado em Carlos gerou frutos para a Espanha e, primeiro sob seu próprio governo e, depois, sob o governo de seu filho Felipe II, o país viveu um século de expansão territorial e crescimento econômico.

A Revolta Catalã

Mas, nos anos seguintes, a Espanha envolveu-se em múltiplas guerras, o que teria um impacto enorme sobre a Catalunha.

Para começar, em 1618 começou a Guerra dos Trinta Anos, impactando seriamente o ramo austríaco da dinastia Habsburgo.

A Espanha envolveu-se, o que, na prática, significava entrar em guerra contra a França.

Ao mesmo tempo, a Espanha entrou em guerra contra a Holanda e contra a Inglaterra. 

Desesperada por mais recursos, a Coroa de Castela impôs à Coroa de Aragão o pagamento de impostos e, também, a cessão de homens para ampliar o exército.

Mais do que isso: o exército real, de cerca de 40 mil homens, indo atacar a França, precisava passar pela Catalunha.

Nos povoados por onde eles passavam, a população era obrigada a dar-lhes alojamento e comida.

Os camponeses (segadores, em espanhol) começaram a rebelar-se em várias localidades da Catalunha.

E bastou um pequeno incidente em Barcelona no dia 7 de junho de 1640 para provocar um motim incontrolável.

Em uma semana essa revolta, que se transformou em uma luta do povo contra os ricos e a nobreza, espalhou-se por toda a Catalunha.

Quando a nobreza catalã conseguiu reorganizar-se e controlar a população, ela tentou usar a oportunidade para livrar-se do governo central por meio de uma aliança com seu inimigo: a França.

O rei da França, Luis XIII, ajudou a nobreza catalã – mas, também, proclamou-se Conde de Barcelona e encheu a administração catalã de franceses.

A Catalunha ficou sob controle francês por doze anos, sendo reocupada pela Espanha apenas em 1651. 

Sua situação definitiva foi estabelecida pelo Tratado dos Pirineus (1659): a Catalunha era devolvida para a Espanha, mas a Espanha cedia para a França o Condado de Rosellón e parte do Condado de Cerdanya (hoje eles são parte da região francesa chamada Occitânia – em francês, Occitanie).

O dia 7 de junho ficou conhecido na Catalunha como Corpus de Sangre.

Para evitar nossas revoltas na Catalunha, o governo de Madri voltou atrás nas antigas exigências e aceitou, mais uma vez, que a autonomia da Catalunha fosse mantida.

Fim da autonomia catalã

O Tratado dos Pirineus também havia estabelecido o casamento da princesa espanhola Maria Teresa com o novo rei francês, Luis XIV (dinastia Bourbon).

O acordo dizia que ela abriria mão da sucessão na Espanha em troca de um dote.

A situação ficou delicada para a Espanha quando o rei Carlos II  morreu sem filhos.

O neto de Maria Teresa, Felipe de Bourbon, que havia crescido em Versailles, apresentou-se como herdeiro do trono espanhol, alegando que o dote de sua avó nunca teria sido pago.

Ele obteve o apoio da corte espanhola sediada em Madri. É que os Bourbons governavam a França de forma absolutista, com todo o poder concentrado na corte. Era exatamente isso que Madri queria para a Espanha.

A Catalunha queria exatamente o contrário, um governo central que desse máxima autonomia para as regiões.

E, por isso, apoiava o outro candidato ao trono, Carlos de Habsburgo, arquiduque da Áustria, esperando um modelo de governo descentralizado, similar ao do Sacro Império Romano Germânico.

Isso dá começo à Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714), em que praticamente todos os países europeus envolveram-se.

É fácil entender: o que estava em jogo era o Império Espanhol, com vastos territórios na América e muitas possessões na Ásia e na Europa.

Para a Espanha, foi uma tragédia. A guerra entre as potências estrangeiras levou a conflitos tanto nos territórios espanhois esparramados pelo mundo, como, também, na própria Espanha.

A violenta guerra civil só acabou com a tomada de Barcelona em 11 de setembro de 1714. 

Venceram os Bourbons, e os múltiplos tratados assinados no final da guerra redefiniram o mapa mundial.

A vitória dos Bourbons dava início a uma era de centralização do poder em Madri.

Todas as instituições políticas catalãs foram dissolvidas e sua constituição deixou de existir. 

O idioma catalão deixou de ser usado na administração pública e, logo, também no dia-a-dia da nobreza. Em 1799 o idioma seria completamente proibido.

Desenvolvimento econônomico e industrial

O interessante é que a centralização e falta de autonomia favoreceu à Catalunha.

Pra começar, o controle militar da região pelo governo central eliminou os conflitos regionais, gerando um período de paz. Como consequência, a população cresceu.

Além disso, até essa época, Barcelona dependia do comércio no Mediterrâneo. A partir daí, os produtos de sua incipiente indústria passaram a chegar também até a América e outras colônias espanholas.

O mercado interno também se abriu. O fim das aduanas entre Castela e Aragão possibilitou livre acesso dos produtores catalão ao mercado consumidor de toda a Espanha. 

E, quando o governo central implementou medidas protecionistas na indústria têxtil, foi péssimo para o resto da Espanha (que não podia mais importar tecidos baratos da Inglaterra), mas excelente para a Catalunha, que passou a fornecer tecidos para todos o país.

Os produtores catalãos, beneficiados por essas medidas, puderam aproveitar bem a Revolução Industrial, investindo no sistema produtivo.

A indústria têxtil catalã tornou-se tão bem sucedida, que Barcelona começou a ser chamada de “a Manchester do Mediterrâneo”.

Aqui tem dois artigos que falam mais sobre essa fase de desenvolvimento industrial e econômico da Catalunha. O artigo do jornal El Mundo é mais resumido, o do jornal El País dá mais detalhes.

A Catalunha, graças à centralização, tornava-se o motor do desenvolvimento espanhol.

Mas eram tempos difíceis para a Espanha, pois ela estava politicamente comprometida com a França.

E, no final do século XVIII e começo do século XIX, a França passou por uma revolução, envolveu-se em muitas guerras e deixou de ser uma potência. E dividiu seus prejuízos com a Espanha.

A Espanha chegava ao fim do século XIX tendo perdido praticamente todos os seus territórios e afogada em dívidas.

O nacionalismo catalão

O movimento artístico dominante na Europa nessa época era o Romantismo. Ele era uma reação à modernidade e fazia um resgate da natureza, da ingenuidade e do sentimentalismo.

Em sua segunda fase, no começo do século XIX, o foco passou a ser o resgate das tradições populares, em especial do período medieval, estimulando os nacionalismos.

Foi um prato cheio para os intelectuais catalãos – o idioma local, que tinha sido relegado aos camponeses e operários, foi resgatado e transformado em fator de coesão regional.

Já em 1813 foi publicada uma grámatica da língua catalã (Josep Pau Ballot).

Mas foi a publicação do poema Oda a la Patria (Buenaventura Carles Aribau, 1832) em um jornal de Barcelona que provocou a exaltação da burguesia e da classe média.

Tratava-se de um lamento sobre o desaparecimento da língua catalã e, com isso, dos costumes e tradições da Catalunha.

A partir da publicação desse poema, multiplicaram-se novas obras literárias sobre o tema e, também, surgiram várias formas de resgate das tradições medievais catalãs.

Um dos melhores exemplos é a retomada dos “Jocs Florals”, a partir de 1859.

Eles eram concursos de poesia medieval, do tempo em que Barcelona estava no seu auge e era a força dominante na Coroa de Aragão (século XIV).

O grande poema épico catalão, L’Atlàntida, que usa a fantasia para explicar o surgimento de Barcelona, seria o grande vencedor dos Jocs Florals de 1877.

Também foi por essa época que voltou a ser celebrada a Patum, uma festa popular do século XIII, e ressurgiu uma dança folclórica chamada sardana.

Tanto a Sardana quanto El Patum são hoje reconhecidos pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Outra tradição catalão, a construção de torres humanas chamadas Castells, também apareceu nessa época.

O movimento cultural ficou conhecido como Renaixença. Logo, ele tornou-se também um movimento político.

Mais uma vez, um segmento da sociedade catalã viu uma oportunidade de tornar a Catalunha independente do governo central.

Isso foi facilitado pelo fato de que, entre 1868 e 1874, a Espanha viveu seu primeiro período republicano. A maior autonomia das regiões nesse período possibilitou o surgimento dos primeiros jornais em catalão.

Reaparecem antigos símbolos regionais, como a bandeira e o brasão medievais.

O dia 11 de setembro, aquele da conquista de Barcelona em 1714, passou a ser celebrado como o dia nacional da Catalunha. Foi até criado um hino, o El Segadors.

Mas os movimentos independentistas seriam contidos nas décadas seguintes, em especial pela ditadura de Franco (1939-1975).

Novos tempos: o Estado das Autonomias

O governo de Franco foi substituído pelo retorno da monarquia, que promoveu a elaboração de uma constituição, aprovada em 1978 e vigente até hoje.

Ela confirmou a Espanha como uma monarquia constitucional e estabeleceu um modelo administrativo peculiar, chamado de “Estado das Autonomias”.

A Espanha, já há alguns séculos, estava dividida em províncias

A constituição estabaleceu ao mesmo tempo a “unidade indissolúvel da nação espanhola” e a possibilidade de que “províncias limítrofes com mesmas características históricas, culturais e econômicas” estabelecessem um governo próprio e instituissem comunidades autônomas “de acordo com a constituição e as provisões de seus próprios estatutos de autonomia”.

A Catalunha e o País Basco foram as duas primeiras Comunidades a ter seus Estatutos de Autonomia prontos e aprovados, já em 1979.

O processo continuaria pelos anos seguintes, resultando no estabelecimento de 17 Comunidades Autônomas na Espanha.

A Catalunha estabeleceu o catalão como língua oficial da região (juntamente com o espanhol).

Suas instituições governamentais, chamadas de Generalitat e com origem no século XIII, foram reestabelecidas.

Tudo parecia ir bem no acordo entre os governos central e regional. Porém, nas últimas décadas, com a crise econômica, ressurgiu o movimento de independência na Catalunha.

Partidos independentistas vêm vencendo as eleições locais e promovendo referendos não-oficiais (2014 e 2017) sobre a independência da Catalunha, o que é um desafio à constituição espanhola. 

No referendo de 2017, 43% dos eleitores votaram, dos quais 90% votaram pela independência. O parlamento catalão chegou a declarar independência da Espanha em seguida. 

O governo central, claro, não aceitou. E, pela primeira vez, invocou o artigo 155 da constituição, que permite que ele assuma o governo de um Comunidade Autônoma sob certas circunstâncias.

O parlmento catalão foi dissolvido. Em novas eleições, venceram mais uma vez os partidos pró-independência, com uma pequena maioria (70 votos, apenas 2 a mais do que o necessário).

O novo presidente, Quim Torra, logo também desafiaria o governo central, e, em setembro de 2020, foi impedido de exercer função pública por 18 meses.

A história ainda está em andamento enquanto escrevo esse post. Para saber as últimas notícias na versão dos dois lados da disputa, aqui estão os links para os jornais La Vanguardia e Ara.

O primeiro, apesar de reconhecer os direitos da Catalunha, é monárquico e comprometido com o respeito à constituição da Espanha. Já o segundo é abertamente independentista.

Turismo na Catalunha

Para acabarmos num tom mais leve, vamos falar dos motivos que fazem da Catalunha o destino turístico mais visitado da Espanha.

O primeiro é Barcelona, uma cidade costeira deliciosa, sobre a qual já escrevi aqui.

O segundo são as praias. São 340 quilômetros de areia, em que destacam-se as regiões chamadas de Costa Brava e Costa Dorada.

A Costa Brava é o litoral da província de Girona. São 100 km de praia, da fronteira da França até o balneário de Blanes.

A Costa Dorada é o litoral de Tarragona, com mais de 200 km de praia.

O terceiro grande atrativo turístico da Catalunha são as dez estações de esqui nos Pirineus (províncias de Girona e Lerida). Para os interessados no assunto, aqui tem detalhes sobre cada uma delas.

Além disso, também são bastantes populares as vinícolas catalãs. Eu visitei a Freixenet, fácil de conhecer em um bate-e-volta a partir de Barcelona.

Outros dois lugares interessantes para conhecer na Catalunha são o Mosteiro de Poblet e o Conjunto de igrejas do Vale de Boí, em Lérida. Eles também estão listados pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.

O Mosteiro de Poblet foi construído entre os séculos XII e XV e, em sua longa existência, também já foi usado como palácio real e complexo militar.

Ele também é um mausoléu: é lá que estão enterrados os reis e rainhas de Aragão e da Catalunha. Veja algumas fotos do prédio e arredores aqui.

Já as igrejas, construídas nos séculos XI e XII, estão esparramadas pelo Vale de Boí. Elas são 9, cada uma em um dos vilarejos do lado espanhol dos Pirineus. Uma viagem no tempo! Confira algumas fotos aqui.

Quer continuar explorando a Espanha? Confira meu post Pra entender a Espanha ou vá direto para sua região favorita: Madri, Toledo, Granada/Andaluzia ou Ilhas Baleares/Mallorca.