Eu tinha 13 anos quando estive em Edimburgo pela primeira vez. Minha memória da cidade é estar na rua principal, olhar para a direita e ver um castelo em cima de um morro. Eu nunca tinha visto nada tão bonito e inesperado na minha vida.

Voltar, três décadas e muitos países depois, não tirou o brilho daquela primeira lembrança: continuo achando Edimburgo um dos lugares mais lindos do mundo.

O centro da cidade está dividido em duas áreas principais: cidade antiga e cidade nova. E dá pra conhecer tudo à pé.

Na cidade antiga ficam o Castelo de Edimburgo e o Palácio Hollyrood, construídos no reinado de David I, há mais de 900 anos.

Ligando esses dois prédios fica a Royal Mile, uma rua antiquíssima, charmosa e cheia de prédios e histórias centenárias.

A cidade nova fica do outro lado da rua principal que eu mencionei antes (Princes Street). Seu principal destaque é a arquitetura georgiana.

Nesse post eu te conto o que fazer em 4 dias na cidade.

Se você tem um dia sobrando, pode ainda fazer um bate-e-volta a Stirling e conhecer seu castelo.

Foi nessa área que se passou a Batalha da Ponte de Stirling, retratada no filme Coração Valente. Nesse post eu conto sobre o passeio e sobre o que você vai ver no museu que homenageia o heroi William Wallace.

Para conhecer mais sobre a história do país, leia meu post Pequena História da Escócia. E se quer saber mais sobre as tradições, você vai gostar do post Cultura Escocesa: Uísque e Gaita de Foles, Adam Smith e Sherlock Holmes.

Mas agora vamos visitar a linda capital do país!

O Castelo de Edimburgo

Sozinho, ele já vale a viagem!

O castelo de Edimburgo fica no alto de um morro formado por erupção vulcânica, chamado de Pedra do Castelo (Castle Rock).

As primeiras referências à existência de uma construção naquele lugar são de cerca de 1.500 anos atrás.

Textos antigos falam de uma fortaleza chamada Din Eidyn, cujo significado seria fortaleza sobre as pedras.

O nome da cidade, Edimburgo, seria uma derivação de Din Eidyn.

Acredita-se que a primeira vila ao redor da fortaleza teria se formado em torno do ano 900. E o palácio real foi construído 300 anos depois, pelo rei David I.

Depois disso, a construção foi ocupada pelos ingleses e trocou de mãos muitas vezes nos séculos seguintes.

Hoje os muros dos Castelo de Edimburgo abrigam uma cidadela, igrejas, prisões, museus, canhões e, claro, o palácio real.

A Capela de Santa Margarete (Saint Margaret)

A pequena capela de pedras, que tem quase 1.000 anos, é o prédio mais antigo de todo o complexo e, também, da cidade.

No post sobre a história da Escócia eu já tinha contado sobre o rei Malcom IIII e seu filho, rei David I, que levaram costumes anglos para a Escócia.

Pois bem, essa capela foi erguida pelo rei David I em homenagem à sua mãe, Margarete, que morreu pouco depois de saber que seu marido Malcom III havia morrido em uma guerra.

Margarete, que era irmã de um rei inglês, teria tido papel fundamental na história da Escócia. Extremamente devota, ela lia trechos da Bíblia para seu marido, que não sabia ler.

Sob sua influência, Malcom III e David I são considerados os responsáveis pela expansão do cristianismo na Escócia.

As Joias da Coroa (ou As Honras da Escócia)

O termo “Joias da Coroa” foi usado pela primeira vez em 1643, em uma referência às joias da monarquia inglesa.

O termo não se refere apenas ao kit básico coroa, cetro e espada: as Joias da Coroa Britânica são hoje um grupo de mais de 140 items, dos quais o mais antigo parece ser uma colher de prata coberta de ouro (confira nesse artigo da Business Insider).

Também não se refere apenas à monarquia inglesa: nesse outro artigo, a mesma publicação fala das Joias da Coroa de vários outros países, incluindo as de alguns reinos que não existem mais, como Prússia e Bavária (hoje parte da Alemanha).

As Joias da Coroa Escocesa, conhecidas como Honras da Escócia (Honours of Scotland) não são usadas em cerimônias de coroação desde 1651 (rei Charles II, da dinastia Stuart).

As três peças (coroa, cetro e espada) foram utilizadas de forma conjunta pela primeira vez na coroação da rainha Mary (1543), quando ela ainda era um bebê.

Hoje elas estão estão expostas no Palácio de Edimburgo, junto com uma peça curiosa: uma pedra. Mas não é uma pedra qualquer: é o principal símbolo da soberania escocesa.

A Pedra do Destino (The Stone of Scone)

No post sobre a história da Escócia eu já contei que o primeiro rei do país foi Kenneth MacAlpin. Foi ele quem uniu dois povos celtas que viviam no norte da Ilha da Grã-Bretanha, os Scots e os Picts, em um único reino.

Foi também ele quem levou a Pedra do Destino para a vila de Scone, onde ela ficou até 1296.

Conta uma lenda celta que a pedra é originária de onde fica hoje a Palestina. Jacó, aquele do Antigo Testamento, teria usado a pedra como travesseiro quando teve uma visão de anjos.

A pedra teria então viajado por séculos, passando por Egito, Itália e Espanha, até ser colocada em Tara, lugar na Irlanda onde os antigos reis celtas eram coroados.

Na sua expansão para o norte, os celtas teriam levado a pedra, que acabou passando de mão em mão até chegar a MacAlpin.

Em Scone, a pedra foi utilizada como assento de um trono que foi utilizado nas coroações dos reis escoceses, de MacAlpin (ano 843) até 1296, quando a Escócia foi ocupada pelos ingleses.

A Pedra foi então levada para a Abadia de Westminster, em Londres, onde foi colocada em uma outra cadeira de coroação.

Só em 1603, quando o rei da Escócia James VI herdou a coroa inglesa, passando a ser rei dos dois países, é que um monarca escocês voltou a ser coroado sobre a Pedra.

Os nacionalistas escoceses sempre quiseram que a pedra retornasse à Escócia. Mas, como ela é um símbolo da soberania escocesa, o governo britânico não permitia.

Um grupo de jovens escoceses chegou a roubar a pedra em 1950 e levá-la para a Escócia, mas 4 meses depois ela já estava de volta à Inglaterra. Esse artigo da BBC conta mais sobre isso.

Foi apenas em 1996 que o governo autorizou o retorno da Pedra do Destino para terras escocesas. Hoje ela está no Castelo de Edimburgo, num lugar de honra, junto com as Joias da Coroa.

Mas quem vai ao castelo vê que a Pedra do Destino está rachada. É que os jovens que a tiraram de Westminster foram meio desastrados e deixaram a pedra de mais de 150 kg cair enquanto saiam da abadia.

Mas… era essa mesmo a pedra sobre a qual MacAlpin e seus sucessores foram coroados?

Ainda há rumores na Escócia de que, lá em 1296, quando os ingleses dirigiam-se para Scone, os monges locais esconderam a pedra para protegê-la.

Se isso for verdade, a Pedra do Destino permanceu esse tempo todo na Escócia, enterrada em algum lugar, esperando o dia em que o país volte a ser independente…

Para saber mais detalhes sobre essa história toda, confira esse artigo do site English Monarchs.

Uma tradição: todos os dias, um tiro de canhão

Estando em qualquer lugar da cidade, de segunda à sábado, às 13h, você vai ouvir um tiro de canhão. É o “One O’Clock Gun“, um tiro disparado do Castelo de Edimburgo (confira esse vídeo de 35 segundos).

A tradição começou em 1861. Naquele tempo, o objetivo era dar um sinal para que os capitães dos navios parados no porto de Leith pudessem ajustar seus cronômetros.

Dizem que até hoje os escoceses, quando ouvem o tiro, olham seus relógios para conferir se estão corretos.

Dicas práticas para visitar o Castelo

A minha dica é chegar cedo. O Castelo de Edimburgo é a atração turística mais visitada da Escócia e, quem chega antes, pega menos filas e aproveita melhor o passeio.

Saiba tudo sobre preços, horários e itinerários dentro do castelo nesse site. E para um roteiro detalhado no castelo, confira esse post do blog Mineiros na Estrada, que foi o melhor que encontrei sobre o assunto.

Holyrood Palace

Como falei antes, assim como o Castelo, esse Palácio também existe há 900 anos.

O nome do local é em função de uma relíquia que teria sido levada para lá: um pedaço de madeira que seria da cruz em que Cristo foi morto. O nome Holyrood significa cruz sagrada (rood significava cruz).

A área mais antiga do prédio original é a nave de uma igreja.

Foi no século XVI que uma das áreas da abadia foi transformada em palácio real. E foi a rainha Mary, aquela primeira a ser coroada com as Honras da Escócia, que completou a obra.

Parte da história trágica de Mary, inclusive, se passou lá. Foi em seus aposentos nesse palácio que seu segundo marido, Lord Darnley, matou a facadas o secretário privado de Mary.

O quadro The Murder of David Rizzio, de Sir William Allan, representa essa cena.

Apesar da tragédia, o filho de Mary, James VI, viveu lá até sua partida para a Inglaterra.

E, em 1651, o rei Charles II oficializou o palácio como casa da monarquia britânica, fazendo uma nova rodada de embelezamento do castelo.

Além de visitar os jardins, é possível visitar uma área grande do castelo. E não precisa nem ir até lá: o site do palácio é excelente, cheio de tour virtuais e vídeos mostrando cada área.

Arthur’s Seat

Um vulcão extinto, em uma paisagem que lembra a das Highlands.

Para chegar no topo da montanha de 250 metros de altura aos pés da cidade, há várias trilhas pelo Parque Hollyrood, logo atrás do palácio.

Indo pela mais direta, que começa atrás do Parlamento, são 30 minutos de caminhada.

Mas quem escolha a trilha chamada de Estrada Radical (Radical Road) é quem aproveita as vistas mais bonitas para o castelo.

Para quem tem pouco tempo, o jeito mais rápido é ir de táxi até Dusapie Loch (Lago Dusapie). De lá até o pico são apenas 20 minutos de caminhada.

Parlamento

Já entrando na Royal Mile fica o prédio do parlamento escocês, inaugurado em 2004.

O design é polêmico; o custo, exorbitante (400 milhões de libras esterlinas, 10 vezes o valor estimado); e o resultado, na minha opinião leiga, feio.

Mas o prédio, criado por um arquiteto catalão, recebeu vários prêmios internacionais de arquitetura.

The Royal Mile

Esse é o nome-fantasia da rua que liga os dois principais prédios da cidade, o Castelo de Edimburgo e o Palácio Holyrood. Ela é o coração da cidade antiga.

Por séculos, esse trecho de pouco mais de uma milha era o caminho da nobreza que se movimentava entre o castelo e o palácio. O nome vem daí.

A rua muda de nome várias vezes ao longo do trajeto. Na parte mais alta, próxima ao castelo, ela se chama Castlehill.

Enquanto a gente vai descendo pela antiga rua de paralelepípedos, o nome vai mudando: Lawmarket, High Street, Canongate e Abbey Strand (já chegando no Holyrood Palace).

Castlehill

O trecho mais próximo ao Castelo de Edimburgo. Ali ficam duas das atrações mais populares da cidade: The Scotch Whisky Experience e Camera Obscura.

O primeiro é uma opção para quem quer entender um pouco sobre uísque sem se afastar do castelo. Esse post do blog Viajonários explica como funciona a visita.

Mas se você quer mesmo mergulhar no assunto uísque, minha sugestão é visitar uma das muitas destilarias espalhadas pelo país. Encontre todas as informações sobre isso aqui.

A Camera Obscura é um museu interativo, onde ciência é usada para criar ilusões. Poderia estar em qualquer cidade do mundo, exceto pelo fato de que a vista do alto do prédio é uma das melhores de Edimburgo.

Eu não fui, mas acho que é uma opção interessante para quem tem mais tempo na cidade ou está procurando distração num dia de muito frio e chuva, comuns no país.

Lawnmarket

É um trecho super curtinho, cerca de 200 metros, que vai da Toolboth Kirk até a esquina com a Bank Street.

Essa era a área central de Edimburgo durante a Idade Média. Ali, produtores dos arredores vendiam sua produção para os moradores da cidade.

Tolbooth pode ser traduzido como pedágio. Mas a palavra tinha outro significado na Escócia. Assim era chamado o centro administrativo das cidades, que eram também ponto de cobrança de impostos, tribunal e prisão.

Como regra geral, a população escocesa odiava os Tolbooths. E, por hábito, a população cuspia no prédio quando passava. A tradição continua até hoje! Repare nas pessoas cuspindo em um coração de mosaicos no meio da calçada.

Esse coração fica onde era a entrada do antigo tolboth de Edimburgo, demolido em 1817.

Por que um coração? O prédio era conhecido popularmente como “o coração de Mitlothian”, Mitlothian sendo o nome histórico da região da Escócia onde fica Edimburgo.

Dizem que cuspir no coração traz sorte.

Sobre o prédio gótico chamado de Tolboth Kirk, não se deixe enganar. Apesar da aparência antiga, ele foi construído no século XIX.

Embora lembre uma igreja, ele nunca teve essa função. Hoje ele é utilizado como centro de eventos e é conhecido como The Hub.

Um dos prédios mais antigos na Lawnmarket é um prédio de 6 andares construído no século XVI, conhecido como Gladstone’s Land e que funciona como museu.

High Street

O jeito mais fácil de encontrar o mosaico em forma de coração na calçada é procurando pela Catedral de Santo Egídio, que fica já na High Street.

A catedral tem 900 anos e, no tempo em que ela foi construída, Edimburgo terminava ali.

O grande destaque da High Street é uma atração turística chamada Real Mary King’s Close. É um tour por um lugar que tem fama de ser o mais mal-assombrado da Escócia.

Pra começar, é preciso entender o que é um close.

O centro antigo de Edimburgo é, até hoje, cheio de pátios internos (closes) que ligam prédios residenciais. Também há várias passagens cobertas (vaulted passages) e becos (alleyways).

De forma geral, uma área com várias dessas estruturas é chamada de close.

E o mais famoso de Edimburgo é chamado Mary Kings Close (Close de Mary King).

Quem é Mary King? Conta a lenda que ela herdou um título de nobreza quando seu marido morreu. Por ter recebido o título, ela teria passado a fazer parte do Concelho da Cidade, o que teria lhe dado direito à voto – isso 300 anos antes de mulheres poderem votar na Escócia.

Por ser uma mulher importante na época, essa área, onde viviam e trabalhavam cerca de 500 pessoas, teria recebido seu nome.

Já a fama macabra do lugar vem de outra história. Durante a Idade Média, a Peste Negra (Bubônica) era uma ameaça sempre presente na Europa. O primeiro surto na Escócia foi em 1349 e, de tempos em tempos, a doença reaparecia.

Em Edimburgo, o pior surto foi em 1645. Dizem que, das 500 pessoas de Mary Kings Close, metade teria pego a doença ou morrido dela.

Para conter o surto, a administração da cidade teria colocado aquela área, ocupadada por população pobre, em quarentena. A forma foi cruel: a rua teria sido lacrada e mortos, doentes e pessoas saudáveis teriam sido todos abandonados lá dentro.

Já viu, né? Não teria sobrado ninguém. E, são os fantasmas dessas pessoas, que assombrariam o lugar até hoje.

Para fazer o tour e ouvir outras histórias de fantasmas, clique aqui.

Mas a história não acabou: a cética aqui foi pesquisar o registro arqueológico da cidade. Esse documento conta uma história um pouco diferente.

Há registros públicos do ano 1615 dizendo que, nessa época, o nome do local era Alexander Kings Close.

Um registro posterior, de 1694, mostra que, então, o nome do lugar já havia mudado para Mary Kings Close. Mas Alexander não tinha nenhuma filha chamada Mary e todas as explicações sobre a mudança do nome são pura especulação.

Mais um mistério de Mary Kings Close!

A área ficou coberta desde 1754, quando um prédio público foi construído por cima da área onde ficava o close. Isso preservou as antigas ruas medievais.

A área foi reaberta como atração turística há apenas alguns anos atrás.

Mais adiante na High Street, à esquerda, tem uma rua em curva, a Cockburn Street, cheia de restaurantes e lojinhas.

Ali começa minha escadaria preferida, a do Fleshmarket Close.

Ela desce até a estação central da cidade, Waverley.

Uma última atração na High Street é a John Knox House. A construção é do século XVI e é possível visitar seu interior, que foi transformado no Museu dos Escritores.

Ele conta sobre a vida e obra dos três principais escritores escoceses, Robert Burns, Sir Walter Scott and Robert Louis Stevenson. Eu já falei deles no post sobre a cultura da Escócia.

Canongate

Chegando na rua Canongate o cenário muda um pouco e as ruas são mais quietas.

Até 1856, Canongate era uma outra cidade.

Quando o rei David I fundou a Abadia de Holyrood, no século XII, ele deu permissão ao abade para construir casas no morro, até a altura da Catedral de Santo Egídio.

A Abadia foi responsável pela administração de Canongate até o século XVII e a incorporação à cidade de Edimburgo aconteceu apenas 200 anos depois.

Por ter sido outra cidade por tanto tempo, Canongate tem seu próprio Tolbooth e igreja principal – e eles ainda estão lá.

A igreja é bastante visitada, não pelo seu interior, mas por seu cemitério. Lá está o túmulo de Adam Smith, filósofo e autor do clássico da Economia “A Riqueza das Nações”.

Já o tolbooth de Canongate, construído em 1591, é hoje o Museu da História do Povo. Ele retrata a vida de pessoas comuns entre os séculos XVIII e XX, período de industrialização da Escócia.

Essa foi uma época extrememante importante para o país, que teve participação ativa tanto no Iluminismo quanto na Revolução Industrial.

Eu também falei disso no post sobre a cultura da Escócia.

Ainda na cidade antiga

Antes de sair da cidade antiga, vale a pena descer até o Grassmarket. No século XIV ele era um mercado para comercialização de gado. Mas ele ficou mais conhecido como praça de execuções, função que teve até o século XVIII.

Hoje, revitalizado, é uma área cheia de restaurantes e hotéis, bares e lojas de artigos feitos à mão. A vista para o castelo também é bem bonita daquela região.

castelo de edinburgo

Passando pela rua West Bow, vale a pena entrar nela. O nome em seguida vira Victoria Street. Assim como Grassmarket, a área foi revitalizada e é cheia de lojinhas interessantes.

Victoria Street, Edinburgh

Pertinho dali fica uma das estátuas mais fotografadas da cidade, um cachorrinho chamado Bobby que virou personagem da Disney em 1961.

Um pouco de verdade, um pouco de lenda, a história é de que o dono do Skye Terrier teria morrido e, pelos 14 anos seguintes, o cachorrinho teria ido diariamente visitar o seu túmulo, no cemitério da igreja Greyfriars.

Depois de sua morte, um inglês, encantado com a história, construiu a estátua.

A história, já contada e recontada em Edimburgo no final do século XIX, passou a atrair visitantes para a região. Veja aqui o trailer do filme.

Eu segui pela Cowgate, que um dia já foi chamada de Via Vaccarum. A rua tem esse nome porque era por ali que os camponeses levavam o gado para o Grassmarket.

Olha a pérola de homenagem que eu encontrei: vacas na parede!

A rua não tem nada de bonita. Mas é um lugar popular pelos bares alternativos. Três dos bares desse post do site Culture Trip ficam nela ou proximidades.

Cidade Nova (New Town)

Até 1760 toda a população de Edimburgo vivia nessa cidade antiga que a gente percorreu, ricos e pobres, em prédios de 10, 11 andares.

A partir dessa década começou a construção da área nova da cidade, para onde as famílias ricas logo se mudaram.

A Cidade Nova tem avenidas largas e prédios neo-clássicos (estilo arquitetônico que, na Grã-Bretanha, ficou conhecido como georgiano).

As ruas principais da primeira fase da expansão da cidade são a Princes Street, da qual se avista o castelo, e a George Street, onde ficam os prédios mais bonitos.

O parque Queen Streets Garden marca o início da segunda onda de expansão da Cidade Nova, cuja rua principal é a Great King Street.

Um dos prédio mais fotografados de Edimburgo é o Hotel Balmoral, que fica na Princes Street, 1.

Hotel Balmoral, Edinburgh

Quando ele foi inaugurado, dizia-se que ele era o elo entre a cidade antiga, que crescera de forma orgânica, e a cidade nova, cuidadosamente planejada.

O contraste é tão evidente que fez com que a UNESCO declarasse o conjunto, cidade antiga e cidade nova, como Patrimônio da Humanidade.

Mas voltando para o hotel: entre no seu Scotch Bar se quiser provar uma entre 500 variedades de uísque 😉

Dali vamos rumo à nossa última parada, o topo de uma colina, Calton Hill. No caminho você vai passar pelo cemitério de Calton Hill, onde está o túmulo do filósofo Davi Hume.

Chegando no alto, você vai ver toda a cidade. Também há algumas construções lá em cima: o antigo observatório astronômico, uma torre e uma cópia incompleta do Partenon de Atenas.

Calton Hill, Edinburgh

A cópia do Partenon é um Monumento Nacional em homenagem aos soldados mortos nas guerras napoleônicas. Mas o dinheiro acabou antes da obra ficar pronta. E a construção passou a ser conhecida como “A Vergonha da Escócia”.

Pra terminar

Eu tive um pouco de dificuldade para decidir onde me hospedar em Edimburgo e acabei pagando caro para ficar onde eu sabia que não ia ter erro: Royal Mile.

Se você quer buscar outras opções, esse post, com mapa, é um excelente começo.

E uma última dica para um dia de chuva: encontramos uma livraria excelente na Princes Street, a Waterstones. Um lugar agradável para passar algumas horas lendo sobre a histórias e as lendas da cidade e do país.