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A Irlanda é famosa por suas paisagens, por seus castelos e mosteiros, pela cultura celta e por seus muitos sítios arqueológicos.
Nesse post eu vou te sugerir dois roteiros para fazer de carro e conhecer um pouquinho disso tudo.
O primeiro roteiro é pertinho de Dublin, para quem quer conhecer o interior sem afastar-se muito da capital.
O segundo é um pouco mais longo, estendendo-se até a costa oeste do país.
Sua vantagem é também incluir as falésias de Moher (cliffs of Moher), o Burren (uma paisagem única, classificada pela UNESCO como um Geopark Global) e as Ilhas Aran, um dos lugares onde o idioma e a cultura celta foram mais preservados.
Roteiro 1: Rota do vale do rio Boyne (Boyne Valley Driving Route)
Ela começa a apenas 20 minutos de carro do aeroporto de Dublin. E inclui alguns dos pontos turísticos mais importantes da Irlanda, como a tumba pré-histórica Newgrange, a colina de Tara (Tara Hill) e o castelo de Trim.
Source: http://www.discoverboynevalley.ie/driving-route/
Newgrange é a mais famosa “tumba de passagem” (passage tombs), um dos 4 tipos de tumbas pré-históricas encontradas na Irlanda.
Esse tipo de tumba é especialmente importantes porque, nelas, foi preservada a arte pré-histórica irlandesa.
Os desenhos encontrados são formados por padrões geométricos, como círculos, espirais, triângulos e zigue-zagues.
Em Newgrange, uma montanha de terra cobre o corredor que leva à câmera mortuária. No solstício de inverno, o dia mais curto do ano, os primeiros raios de sol iluminam todo o corredor.
Vale a pena assistir esse vídeo da National Geographic (2:53 min, em inglês).
Na rota do Boyne também fica a colina de Tara (Hill of Tara), também chamada de colina dos reis e considerada um lugar sagrado desde o tempo dos celtas.
Outro ponto turístico da rota é o castelo de Trim, o maior castelo anglo-normando da ilha, que começou a ser construído no século XII.
No século XX ele virou cenário do filme Coração Valente (Braveheart), estrelado por Mel Gibson e vencedor de 5 prêmios no Oscar de 1996.
No filme, o castelo representa a cidade de York. E a praça de Londres também foi recriada em uma das áreas do castelo.
Ele fica numa cidadezinha fofa, que tem vários outros pontos históricos e merece algumas horas de passeio ou, até mesmo, uma noite na cidade.
É uma boa opção para passar a noite para quem chega ou sai do país, já que fica a apenas 50 km do aeroporto de Dublin.
Também fica nessa região a cidade de Kells. O famoso livro de mesmo nome, que está exposto no Trinity College (Dublin), foi encontrado lá. O mosteiro de Kells tem Cruzes Celtas e uma das tradicionais torres redondas irlandesas.
Esse post do blog Ireland’s Hidden Gems fala um pouco mais sobre essa região.
Roteiro 2: de Galway a Lahinch pela Rota do Atlântico Selvagem (Wild Atlantic Way)
Rota do Atlântico Selvagem é o nome turístico do conjunto de estradas que costeiam o oeste do litoral irlandês, do extremo norte ao extremo sul da ilha.
A gente fez o trecho de Galway a Lahinch, pois estávamos interessados em conhecer as falésias de Moher (cliffs of Moher), o Burren e as Ilhas Aran.
Leva um pouco mais de tempo, pois, para atravessar a ilha de leste a oeste, de Dublin a Galway, são cerca de 200 km. Mas vale a pena.
As falésias são o ponto turístico mais visitado do país. Elas estendem-se por 8km e atingem 214 metros de altura.
Elas ficam em uma região conhecida como The Burren (do irlandês An Bhoireann, que significa lugar pedregoso), que se estende por 530 km2.
Espalhadas por essa região há dezenas de tumbas pré-históricas, dos 4 tipos, incluindo a famosa Poulnabrone, que é uma das mais bem preservadas do país.
Na região do Burren também há muitos castelos. O meu preferido foi Dunguaire, onde hoje se pode participar de banquetes medievais.
Para completar nosso passeio, fomos conhecer as Ilhas Aran, um dos lugares onde a cultura dos celtas, que chegaram na Irlanda há 2.500 anos, foi mais bem preservada.
Os celtas falavam um idioma chamado Q-Celtic. Ele foi misturando-se ao idioma então falado na Irlanda e, dessa combinação, surgiu o irlandês gaélico que, até hoje, é falado diariamente por 57% da população dessas 3 ilhas.
Dá para chegar nas ilhas Aran de barco ou de avião. Nós fomos de barco, saindo de Doolin, uma cidadezinha a 7 km das falésias de Moher, conhecida como a capital da música tradicional irlandesa.
Ainda nessa rota, paramos em Clonmacnoise, a mais antiga cidade monástica irlandesa. O mosteiro foi fundado no ano 545 e tornou-se um importante centro de estudos no século IX.
Ele é especialmente importante porque nele foram preservadas três “Cruzes Altas Irlandesas”. Esse tipo de cruz marcava um lugar sagrado e é hoje um dos símbolos da Irlanda.
Outro destaque do mosteiro Clonmacnoise é sua Torre Redonda, que ficou pronta no ano 1124.
As Torres Redondas (Round Towers) são típicas da Irlanda. Há apenas 3 fora do país: 2 na Escócia e 1 em Isle of Man, entre a Irlanda do Norte e a Inglaterra.
Esse roteiro é cheio de histórias interessantes, por isso vou publicar alguns outros posts sobre ele. Para saber quando os novos posts estiverem disponíveis, basta seguir o blog. Se você não sabe como fazer isso, clique aqui.
Até breve!
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